om a maior capacidade produtiva da América Latina, a indústria química brasileira tem vocação para transformar importantes recursos naturais, como os do Pré-Sal, em produtos de elevado valor agregado e ocupar papel central no desenvolvimento brasileiro. Esta foi a mensagem do Seminário Dia da Indústria, realizado pelo COFIP ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC), dia 25 de maio, em Santo André (SP).
Luiz Cláudio Raimundo, diretor do COFIP ABC, abriu o encontro, que contou com funcionários das 10 empresas associadas ao COFIP ABC – Air Liquide, AkzoNobel, Aquapolo, Bandeirante Química, Braskem, Cabot, Chevron Oronite, Oxiteno, quantiQ e Vitopel.
No seminário, Francisco Ruiz, gerente executivo do COFIP ABC, apresentou as principais atividades e o planejamento estratégico do Comitê para 2016. “Entre os nossos principais objetivos estão refinar continuamente o nível de segurança, saúde e confiabilidade das instalações, estabelecer relacionamento transparente e confiável com moradores do entorno e assegurar representatividade junto aos públicos de interesse”, disse Francisco Ruiz.
Em seguida, Aurinézio Calheira, superintendente do Programa SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente) do COFIC (Comitê de Fomento Industrial de Camaçari), compartilhou experiências do Polo Industrial de Camaçari (BA), com destaque para as melhores práticas dos programas de gestão em SSMA, que são focados em prevenção e combate de riscos assim como atendimento a emergências.
Mostrar cenários da indústria química no Brasil foi a proposta de Fátima Giovanna Ferreira, diretora de Economia e Estatística da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). Para Fátima, embora a balança comercial do setor químico siga deficitária, com saldo negativo de US$ 31 bilhões em 2014, a indústria se mantém forte e diversificada, porque dispõe de importante mercado consumidor local e maior capacidade produtiva da América Latina.
“De modo geral, o País precisa de uma política industrial que priorize questões de caráter transversal, mas que olhe com atenção especial para os setores em que o Brasil possui alguma vantagem comparativa natural ou vocação. Não há país desenvolvido que não tenha uma indústria química forte”, avaliou.
Ao final do seminário, Sandro Maskio, coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, alertou para a perda de dinamismo do setor industrial no ABC, mas identificou potencialidades locais, como se manter como a principal origem da massa de salários e oferecer a maior remuneração média frente outros setores, o que contribui para manutenção de uma renda per capita elevada. “Os principais desafios para o setor industrial são atrair investimentos e ampliar a competitividade do ABC frente o crescimento de novos polos industriais e tecnológicos no Estado de São Paulo e no Brasil”, apontou Sandro Maskio.